1 de junho de 2010

Educação? Para que investir em algo assim?

Nos extertores do século XVIII, havia um sábio iluminista francês que dizia que "o supérfluo é uma coisa extremamente necessária". Muitos anos depois, num grotão sulamericano que parece não ter aprendido coisa alguma com o iluminismo, o supérfluo continua sendo tratado como algo desnecessário e até inconveniente. E o que fazer, meus caros leitores, com coisas desnecessárias e inconvenientes? Cortar, jogar fora, tirar da nossa vida para sempre!

Esse parece ser o entendimento que o governo do PT tem da educação brasileira, que nos muitos anos, tem amargado resultados medíocres nas avaliações internacionais. Educação? Para que investir em algo assim? É supérfluo e, portanto, desnecessário.
Os ministérios da Educação, do Planejamento e dos Transportes foram as pastas mais afetadas pelo contingenciamento adicional de R$ 10 bilhões no Orçamento, anunciado na semana passada. Segundo decreto publicado nesta segunda, 31, no Diário Oficial da União, esses ministérios responderam por R$ 3,42 bilhões do corte adicional, mas outras pastas ganharam recursos porque houve reestimativa de despesas.

O maior corte ocorreu no Ministério da Educação, que perdeu mais R$ 1,278 bilhão em receitas. Com o novo bloqueio, a pasta agora está com R$ 2,395 bilhões retidos. Em segundo lugar, vem o Ministério do Planejamento, com mais R$ 1,236 bilhão bloqueados e R$ 2,992 bilhões contingenciados no acumulado do ano. (Continua).

Imperam no Brasil a mentalidade pré-científica e o analfabetismo funcional, como demonstram as estatísticas. Acho que grande parte desse atraso se deve ao predomínio das ideologias em detrimento do conhecimento, em quase todas as instâncias. Cultiva-se inconscientemente a tosca ideia althusseriana de que a ideologia está em tudo - até embaixo da cama.

Como desprezar o pensamento é quase uma norma, conceitos e definições também se tornam dispensáveis. O resultado é que a ideologia acaba sendo confundida com conhecimento, por mais cega e dogmática que seja.

Ora, ideologia não passa de um conjunto de ideias mais ou menos coerentes e não necessariamente verdadeiras. Conhecimento é necessariamente verdadeiro - ou não é conhecimento. Não há conhecimento falso, mas crença, opinião ou concepção falsa.

Se aqui prevalecesse o conhecimento (que resulta em avanço científico e tecnológico), já teríamos pelo menos um prêmio Nobel. Mas, como prevalece a ideologia, o que temos são oito anos de lulismo e elogio ao analfabetismo.

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