18 de maio de 2010

Weber e a ciência

Esse trecho foi extraído de um texto intitulado "Ciência: uma vocação", mas bem que poderia se chamar "Docência, uma vocação":
A ciência não é produto de revelações, nem é graça que um profeta ou um visionário houvesse recebido para assegurar a salvação das almas; não é também porção integrante da meditação de sábios e filósofos que se dedicam a refletir sobre o sentido do mundo.
O impressionante é que quase um século depois, esse escrito ainda seja atual dentro - e fora - das universidades, que praticamente ignoram o sociólogo Max Weber (1864-1920).

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5 comentários:

  1. Oi, Thiago. Adorei o blog! Acessei a partir do blog da Vanessa.
    Tenho uns comentários para vc pensar, a parir de sua opinião sobre o fato de nosso companheiro Lula associar situações econômicas, políticas, sociais (e seja lá o que for) a futebol.
    Muitas vezes, temos que descer de nossa zona de conforto de total entendimento de algumas questões, muitas vezes não compreendidas por um décimo da população.
    Não sou contra nenhum tipo de comparação, desde que ele facilite a compreensão. Eu, como jornalista, faço isso constantemente. Tenho que pensar no meu público.
    Então, voltemos ao Lula. Se não me engano, menos de 5% da população tem ensino superior. Será que os outros 95% sabem o que são FMI, déficit, royalties, pré-sal, programa nuclear, etc, etc, etc. Não sou a favor de minimização de problemas, mas sou a favor de esclarecimento de problemas. Se a marolinha, por exemplo, foi um absurdo para muitos, para outros representou a sigificação dos reflexos que estavam por vir. As pessoas entendem o que é tsunami e o que é marolinha, né? Vc entende assim ou prefere os termos econômicos?
    Se para se fazer entender for necessário uma comparação futebolística, não vejo problemas. E, olha, o presidente Lula e outros 'ignorantes' (termo usado pelos que se sentem superiores) são muito mais inteligentes que nós em diversos assuntos com os quais se relacionaram e com os quais nós não tivemos a oportunidade de vivenciar. Sem soberba, é necessário ao ser humano reconhecer os diferentes tipos de conhecimentos e inteligência. E como a gente enriquece reconhecendo isso...
    Fica aqui minha opinião. Para vc pensar nisso. Não quero que seja pró-Lula, não é minha ideia. Apenas que veja algumas coisas com outro olhar.
    Por exemplo, existe um livro que estou lendo chamado 'Dicionário de Politiquês', com termos que devem ser usados em comunicação comunitária para facilitar a compreensão do público. É bem interessante. Um dos autores é um sociólogo militante do PSOL que conheço. Vale a pena vc dar uma olhada... Se quiser dar uma 'bizoiada', depois te empresto. bjs

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  2. Erica,

    Não tenho nada contra o uso de metáforas, desde que elas facilitem a compreensão e sejam adequadas a realidade.

    O escritor português José Saramago, aquele que não usa vírgulas, costuma dizer que a língua escrita só existe para dar corpo a língua falada. Apesar de discordar de quase tudo ele diz, admito que há uma certa verdade nessas palavras.

    O problema, definitvamente, não está no fato do presidente "ver o mundo a partir do futebol" e recorrer as metáforas para explicar toda sorte de dificuldades, mas sim em usar a sua visão do mundo para fornecer respostas vazias e, no mínimo, inadequadas.

    Aliás, adequação é a palavra chave aqui! Se o Lula tivésse se referido a crise do ano passado como um "tsunami", não haveria nada de mal na sua metáfora. Mas ele preferiu minimizar o problema chamando-o de "marolinha".

    O resultado... Bem, a "marolinha" de Lula derrubou o PIB de quase 6% para menos 0,2%. O uso do termo "marolinha", nesse caso específico, não era uma tentativa de facilitar o entendimento das pessoas, mas sim de máscarar, de falsear a verdade.

    O mesmo pode ser dito de quando ele comparou os protestos dos cidadãos iranianos que, invariavalmente, terminavam em conflitos com a mílicia particular do Adolfinejad, com uma simples "briga de torcedores de futebol".

    Se eu, ou qualquer outro articulista "de direita", tivésse dito que os conflitos entre os militantes políticos da décade de 70 e 80 e a Ditadura Militar, eram como "brigas de torcidas organizadas", as mesmas pessoas que defendem o Lula iriam me crucificar por ter cometido um pecado de lesa humanidade. Diriam que eu "estou pisoteando na mémoria de todos aqueles que morreram durante o período" e etc. Chamariam o meu comentário de "simplista" ou talvez até pior.

    Enfim, usar metáforas para diminuir a gravidade de um problema não é o mesmo que facilitar o entendimento do povo, mas sim promover uma falsificação histórica. É falsear a verdade ou, num português menos rebuscado, MENTIR.

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  3. O PIB reduziu 0,2%. Mas considerando o poder de compra da moeda, o PIB sofreu aumento. O resultado foi positivo, segundo especialistas do setor. Não sou especialista e nem tenho pretensão de ser, mas foi o que li. É claro que qualquer queda, seja ela grande ou pequena, não é bom para o país, até porque o PIB representa a riqueza gerada internamente. Ainda assim, o Brasil segue na 9ª posição na lista de economias e não se saiu tão mal com a crise econômica mundial. Assim como vc, torço pelo crescimento do PIB e do país. bjsss ;-)

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  4. Já tinha lido isso, fantástico. É uma pena que as pessoas tenham uma visão errada da ciência. Ciência é tudo. Filosofia é tão ciência quanto Biologia, separar é não entender o que significa a palavra epistemologia.

    Max Weber não é ignorado dentro das universidades, pelo contrário.

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  5. Rodrigo,

    Weber está para as instituições universitárias como Karl Marx: muitos citam, mas quase ninguém lê.

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